EP 10 (sexta)
Depois de comerem, as duas ficaram no sofá abraçadas.
– Eu já tinha reparado nessa sua estante antes, mas nunca parei para ver quais livros você tem. – disse Malu enquanto tentava enxergar de longe os títulos dos livros arrumados cuidadosamente nas prateleiras.
– Você gosta de ler? – perguntou Mari.
– Muito. Posso olhar?
– Claro, vai lá. – disse Mari encorajando Malu.
– O suave tom do abismo? – perguntou Malu com o livro de capa preta na mão.
– Sim, Conhece?
– Não. É bom? – perguntou enquanto folheava o livro.
– Muito. Mas se você gosta só de história água com açúcar talvez não seja o mais indicado
– Não, gosto de livros provocadores, mas gosto de histórias de amor também.
– Você vai gostar desse então, ele é as duas coisas! – disse Mari enquanto se levantava e ia até Malu.
– Sobre o que é a história? – perguntou Malu interessada.
– É sobre uma época da história da humanidade onde não existe a luz do Sol, ou pelo menos onde as pessoas só enxergam a escuridão. Mas pelo o que entendi não é uma história do passado.
– Seria no futuro? Conte-me mais. – pediu Malu curiosa.
– Ele fala sobre desigualdade, onde pessoas com muito dinheiro exploram as que tem pouco, fala sobre um doutrinador que faz questão de punir quem não pensa como ele e sobre… hum… sobre Sofia e Alex. – respondeu Mari.
– O que acontece com elas? – perguntou Malu.
– Isso você só saberá lendo! – respondeu Mari enquanto pegava outro livro na prateleira.
– Mas….ok. Você está certa. – disse Malu decidida a começar a ler o livro.
– E tem mais…
– Mais? – perguntou Malu.
– Sim, é uma trilogia.
– Três? – perguntou Malu, surpresa.
– Bom, na verdade só dois foram lançados, ainda aguardo o terceiro livro.
– Vou começar por esse então. Você me empresta?
– Pode pegar. Mas antes de você começar a ler, vamos ver um filme? – disse Mari sorrindo enquanto voltava para o sofá.
– Claro! Mas por que antes?
– Porque depois que você começar, não vai parar tão cedo. – disse Mari com ar de quem sabia do que estava falando.
Malu não acreditou muito na afirmação de Mari, mas de qualquer forma, deixou o livro em cima da mesa e sentou-se no sofá. Escolheram um filme e assistiram abraçadas.
Enquanto os créditos do filme subiam na TV, Mari virou Malu para si e a beijou. Malu se acomodou no corpo de Mari enquanto as duas ficaram trocando caríciase e beijos até Malu levantar-se para ir ao banheiro. Mari ficou pensando sozinha o quanto estava feliz com os momentos que passava com Malu, tudo era divertido, cada descoberta, fosse da personalidade ou do corpo das duas.
O telefone de Mari tocou cortando seu pensamento. Era Lucas.
– Alou?
– Mari, achei aquela cerveja que você gosta, compro quantas? – perguntou Lucas.
– Oi? Não! Para quê?
– Como assim, para quê, Mari? Hoje é sexta! Cerveja, festinha, amigos.
– Hum, acho que hoje não Lucas.
– Como assim? Só por que a Malu está aí? Vou ligar pra ela.
– Não… Lucas…
Mari não foi rápida o suficiente. Malu entrou na sala com o telefone ao ouvido. Mari só ouviu parte da conversa.
– Por mim tudo bem, Lucas. Claro! – disse Malu um pouco antes de desligar o telefone.
Mari olhou para Malu do sofá e perguntou:
– O que foi que você fez?
– Ele não me deixou alternativa. – respondeu Malu levantando as mãos como se estivesse rendida.
Mari levou as mãos ao rosto como se limpasse a preguiça e disse:
– Ok. Estou indo para o banho e a culpa é sua.
– Culpa de você ter que tomar banho? – perguntou Malu descrente da pergunta.
– Sim. – respondeu Mari enquanto se levantava do sofá.
– Mais cedo teria sido minha, agora é do Lucas. – respondeu Malu rindo.
Mari sorriu, deu um beijo em Malu e foi tomar banho, pois sabia que em breve a casa estaria cheia.
Mari e Malu
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